domingo, novembro 08, 2009

CETICISMO




CETICISMO

O ceticismo ou cepticismo  (derivado do verbo grego σκέπτομαι, transliteração. sképtomai, "olhar à distância", "examinar", "observar") é a doutrina que afirma que não se pode obter nenhuma certeza a respeito da verdade, o que implica numa condição intelectual de dúvida permanente e na admissão da incapacidade de compreensão de fenômenos metafísicos, religiosos ou mesmo da realidade. O termo originou-se a partir do nome comumente dado a uma corrente filosófia originada na Grécia Antiga.


O ceticismo costuma ser dividido em duas correntes:


Ceticismo filosófico - uma postura filosófica em que pessoas escolhem examinar de forma crítica se o conhecimento e percepção que possuem são realmente verdadeiros, e se alguém pode ou não dizer se possui o conhecimento absolutamente verdadeiro;
Ceticismo científico - uma postura científica e prática, em que alguém questiona a veracidade de uma alegação, e procura prová-la ou desaprová-la usando o método científico.

Ceticismo filosófico.
O Ceticismo filosófico originou-se a partir da filosofia grega. Uma de suas primeiras propostas foi feita por Pirro de Élis (360-275 a.C.), que viajou até a Índia numa das campanhas de Alexandre, o Grande para aprofundar seus estudos, e propôs a adoção do ceticismo "prático" (Pirronismo).


Subseqüentemente, na "Nova Academia", Arcesilau (315-241 a.C.) e Carnéades (213-129 a.C.) desenvolveram mais perspectivas teóricas, que refutavam concepções absolutas de verdade e mentira. Carneades criticou as visões dos dogmatistas, especialmente os defensores do estoicismo, alegando que a certeza absoluta do conhecimento é impossível. Sexto Empírico (200 d.C.), a maior autoridade do ceticismo grego, desenvolveu ainda mais a corrente, incorporando aspectos do empirismo em sua base para afirmar o conhecimento.


O ceticismo, portanto, desde suas primeiras formulações com Pirro de Élis (II AC) até os textos remanescentes de Sexto Empírico (médico de Alexandria, no século II AD), sustenta a falibilidade humana em termos cognitivos e a ausência de critérios para definir o que é a verdade, para além do mundo comum dos fenômenos que todos experimentamos. As obras de Sexto Empírico, redescobertas no século XV, expõem detalhadamente os principais argumentos do ceticismo – os temas da suspensão do juízo, da ataraxia e da importância do mundo dos fenômenos, entre outros – e um vasto exame de todas os saberes humanos produzidos, movidos pela busca da verdade.
Ou seja,o ceticismo filosófico é procurar saber, não se contentando com a ignorância fornecida atualmente pelos meios públicos, por meio da dúvida. Opõem-se ao dogmatismo, em que é possível conhecer a verdade.

 Ceticismo científico.
O ceticismo científico tem relação com ceticismo filosófico, mas eles não são idênticos. Muitos praticantes do ceticismo científico não são adeptos do ceticismo filosófico clássico. Quando críticos de controvérsias científicas, terapias alternativas ou paranormalidades são ditos céticos, isto se refere apenas à postura cética científica adotada.


O termo cético é usado atualmente para se referir a uma pessoa que tem uma posição crítica em determinada situação, geralmente por empregar princípios do pensamento crítico e métodos científicos (ou seja, ceticismo científico) para verificar a validade de idéias. Os céticos vêem a evidência empírica como importante, já que ela provê provavelmente o melhor modo de se determinar a validade de uma idéia.


Apesar de o ceticismo envolver o uso do método científico e do pensamento crítico, isto não necessariamente significa que os céticos usem estas ferramentas constantemente.


Os céticos são freqüentemente confundidos com, ou até mesmo apontados como, cínicos. Porém, o criticismo cético válido (em oposição a dúvidas arbitrárias ou subjetivas sobre uma idéia) origina-se de um exame objetivo e metodológico que geralmente é consenso entre os céticos. Note também que o cinismo é geralmente tido como um ponto de vista que mantém uma atitude negativa desnecessária acerca dos motivos humanos e da sinceridade. Apesar de as duas posições não serem mutuamente exclusivas e céticos também poderem ser cínicos, cada um deles representa uma afirmação fundamentalmente diferente sobre a natureza do mundo.


Os céticos científicos constantemente recebem também, acusações de terem a "mente fechada" ou de inibirem o progresso científico devido às suas exigências de evidências cientificamente válidas. Os céticos, por sua vez, argumentam que tais críticas são, em sua maioria, provenientes de adeptos de disciplinas pseudocientíficas, tais como homeopatia, reiki, paranormalidade e espiritualismo, cujas visões não são adotadas ou suportadas pela ciência convencional. Segundo Carl Sagan, cético e astrônomo, "você deve manter sua mente aberta, mas não tão aberta que o cérebro caia".


A necessidade de evidências cientificamente adequadas como suporte a teorias é mais evidente na área da saúde, onde utilizar uma técnica sem a avaliação científica dos seus riscos e benefícios pode levar a piora da doença, gastos financeiros desnecessários e abandono de técnicas comprovadamente eficazes. Por esse motivo, no Brasil é vedado aos médicos a utilização de práticas terapêuticas não reconhecidas pela comunidade científica.


Marcilio Reginaldo




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