quinta-feira, novembro 26, 2009

Fatalismo



doutrina ou atitude que considera todos os acontecimentos como irrevogavelmente determinados por antecipação. — O fatalismo é uma atitude religiosa que concerne aos acontecimentos da vida humana. Distingue-se do "determinismo", que se focaliza nas ocorrências da natureza e que é um princípio científico; enquanto o determinismo científico se opõe ao "indeterminismo" (indeterminação dos fenômenos da natureza), o fatalismo se opõe à liberdade humana: segundo ele, a existência é determinada anteriormente, de acordo com uma certa lei, por um destino inelutável. A maioria das doutrinas da Antiguidade grega reconhece que uma igual necessidade (anagke) dirige a vida dos homens e dos deuses: essa fatalidade toda-poderosa está presente na tragédia grega, onde o trágico é marcado precisamente pela impotência das vontades humanas em relação ao destino (por ex.: Édipo rei, de Sófocles); encontramo-la no fundo da filosofia estóica. Todas as teorias cristãs da "predestinação" sacrificam a liberdade à Providência. Fatalismo ou liberdade? Digamos que o destino é um objeto de crença e o fatalismo uma atitude sentimental, uma simples hipótese, enquanto que a liberdade é um dado da consciência, presente na experiência do ato voluntário, confirmado pelo da ação eficaz, quando nossa liberdade realiza alguma coisa que, sem a sua iniciativa, não teria existido. Não é por acaso que, na filosofia escolástica, o fatalismo era tido como um "argumento preguiçoso". [Larousse]

Contrariamente à opinião corrente, há vários tipos de fatalismo.

Leibniz propôs uma classificação que, embora incompleta, se tornou clássica. Segundo Leibniz, existem três ideias de fatalismo: há um fatalismo maometano, outro estoico e outro cristão. De acordo com o primeiro, o efeito verifica-se ainda que se evite a causa, com se houvesse necessidade absoluta. O segundo ordena ao homem que aceite o destino porque é impossível resistir ao curso dos acontecimentos. Quanto ao terceiro, afirma que há um certo destino de cada coisa regulado pela presciência e a providência de Deus. Leibniz manifesta que este último fatalismo não é o mesmo que os dois anteriores e que, embora se pareça com o fatalismo estoico, se distingue deste porquanto o cristão, diferentemente do estoico, não só possui paciência perante o destino como também, além disso, se sente contente como que foi estabelecido por Deus. [Ferrater]

filoinfo

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